Acompanhando todos, é possível chegar a algumas conclusões de maior destaque:
- A maioria deseja falar, mas são poucos os que estão dispostos a ouvir (ler, enfim) de fato o argumento do outro. Basta reparar a quantidade de interação entre os comentários. Quando há algum diálogo, quase sempre é na base da agressividade e da ofensa pessoal;
- A culpa é sempre do "outro". É a igreja católica que obriga ao celibato, as outras religiões que não percebem que há desonestos e criminosos sob sua orientação, os homossexuais que seriam "uns desajustados" doentes e não deveriam existir ou simplesmente se isolarem do mundo, as pessoas estúpidas em seguir um conceito sem comprovação científica, os fúteis sem intelecto que não têm instrução e afirmam sem dados - mas quem declara isso também não fornece nenhum etc.
- Mães, psiquiatras e psicólogos devem ficar com a orelha quente, dado o desrespeito com que são mencionados sem o menor senso. Vi apenas uma única pessoa que afirma ser psicóloga se pronunciando seriamente a respeito do assunto - argumentando que não há base na afirmação de que a homossexualidade leva à pedofilia (comentário em O Globo, dia 14/04/2010 - 19h30)
Declarações sensatas, sejam sobre quaisquer aspectos, acabam por se perder em meio à violência das pessoas entre si em busca da garantia do próprio chão, sem espaço para a ruptura que levaria a um eventual progresso. As coisas são porque são e fim de papo - apenas espaço para monólogos quase sincronizados. Parece que o desrespeito ao ser humano domina o espaço que deveria ser de uma conversa - mesmo que não tão agradável, uma vez que explora um conflito.
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